quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sinto sua falta.


Faz algum tempo da ultima vez que estive por aqui, cinco dias para ser mais exato, em algumas situações é pouco tempo, em outras muito tempo. No meu caso, foi o tempo suficiente para colocar as coisas em ordem. Quer dizer ... Pelo menos eu tentei.
Tenho sido negligente ultimamente, é verdade, e isso me assusta. Que Deus me ajude!
Não sei se devo sentir isso, se devo pensar aquilo, ou se devo fazer aquilo outro ... O fato é que eu tenho saudades, saudades de algo que, com toda a certeza do mundo, não volta. Sinto sua falta, querida infância. Sinto falta de tudo que passei com você, de tudo que vivemos juntos durante esses anos todos. E agora, do alto dos meus poucos vinte e poucos anos, vejo que poderia ter aproveitado melhor o nosso momento. Passou, me resta a lembrança.
Como era bom acordar todo dia com você, e não ter responsabilidade nenhuma ... Ou melhor, ter a única responsabilidade de me divertir e não sofrer com as consequências tão ruins e estranhas que provém do seu oposto. Nós tinhamos um caso de amor, que eu deixei de cuidar e agora já era. Não há mais tempo para consertar, aliás, quase nada nessa vida tem conserto. Consertar um erro é não repeti-lo, seja ele qual for ... E se arrependimento matasse, teria perdido as contas de todas as minhas mortes.
Eu continuo vivo, mas vivo morrendo todo santo dia, não pense que é apenas um paradoxo. A cada dia, é um pedaço de mim que se vai com você na memória. Já estou velho e me sinto como tal, o peso de toda a responsabilidade que vem com o tempo, traz consigo marcas que ficam, e fazem jus às palavras por mim balbuciadas durante anos, com a voz embargada, tomada pela emoção.
Aquela pele lisa e macia, você já não encontra mais, as rugas tomaram seu lugar. O sorriso já não é mais o mesmo. Aquele olhar que brilhava todas vez que via o futuro, já não existe mais, em seu lugar, agora mora um olhar cabisbaixo.
Mesmo sabendo que você não volta mais, ainda mantenho viva a esperança de um novo encontro, não sei como, não sei onde, mas existe algo aqui dentro que mantém você acesa em mim.

E por tudo isso, eu te peço ... Querida Infância, volta pra mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário